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ANÇAMENTO DO CD “ALESSANDRO DE OGUM CANTA AOS ORIXÁS” E OUTROS EVENTOS LIGADOS À CULTURA E RELIGIÕES AFRO


 

CD Orixás 01 por você.
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Além da importância político-cultural-religiosa do lançamento do CD Alessandro de Ogum Canta aos Orixás por ser a primeira gravação musical dos cultos afro no Amazonas, o evento, organizado numa parceria da Federação Brasileira de Umbanda, Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios (Abucabam) e a Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros do Amazonas (Fucabeam), realizou-se como uma confraternização e fortalecimento dos laços afetivos entre as diversas vertentes dos cultos afro existentes em Manaus.

CD Orixás 12 por você.

 

Nochê Hunjaí Emília de Toy Lissá/Agbê Manjá (presidente da Fucabeam), Babalorixá Alessandro de Ogum e Pai Lairton da Oxum.

O evento ocorreu na sede da Fucabeam, e quem falou a este bloguinho foi Pai Lairton de Oxum, presidente da Abucabam:


Hoje é um momento importante pra nós, porque estamos lançando, em parceria com a Fucabeam, o primeiro CD da religião, um CD com rezas da nação Ketu. O CD é do babalorixá Alessandro de Ogum. E hoje é especial também porque nós estamos aqui reunidos não somente a nação Ketu, estamos fazendo a reunião de várias nações: Angola, o Tambor de Mina, Mina Jêjo Nagô, babalorixás, yalorixás de várias nações estão se juntando hoje aqui nesse lançamento. Todas as religiões já gravaram CD’s com louvações, com rezas, orações; nós estamos lançando o primeiro hoje no estado do Amazonas. Hoje, no lançamento, a gente aproveita para mostrar um pouco da cultura afro-brasileira. Está sendo apresentada uma exposição do tambor de Mina, uma exposição de livros da coleção da editora Pallas, com livros referentes às religiões afro-brasileiras, e haverá ainda a apresentação do balé afro Mutalembê e de uma roda de capoeira. Tudo isso vai fazer parte desse evento em torno do lançamento do CD.

CD Orixás 14 por você.

 

Na alegria de ter realizado um feito singular e de fundamental importância para as religiões afro do Amazonas, o jovem babalorixá Alessandro falou-nos que desde pequenino vive na religião afro, cultuando-a sempre com devoção e responsabilidade, e nos disse dos motivos que o levaram a realizar este trabalho:

É o primeiro CD que tá sendo gravado aqui do Amazonas. A gente tá colocando aí para as pessoas ouvir e gostar da música dos orixás. De Exua a Oxalá, e um xirê completo. Foi um trabalho muito grande pra mim e pros meus irmãos que fazem parte do CD, mas graças a Deus, a Ogum e todos os orixás estamos aí de bom axé. O povo vai gostar…

CD Orixás 10 por você.

 

Para quem desejar ouvir o CD:

Alessandro Canta aos Orixás

Fones: (92)3645-9161 // 8133-7392 (Entrega a domicílio)

Disponível também em diversas cabanas de produtos afro.

alessandro_capa

O povo gosta de tudo que auxilia na afirmação da cultura afro, e não apenas os filhos e pais de santo estão gostando, mas também os simpatizantes e todos que são contrários à intolerância religiosa, a qualquer forma de intolerância.

Com essa espiritualidade, saímos para dar uma olhada nas belas exposições presentes no amplo terreiro.

EXPOSIÇÃO TAMBOR-DE-MINA

CD Orixás 03 por você.
Roupa de Oxalá e Rosários (fios de contas, guias), acima alguns instrumentos musicais, como o gã (ferro) e o xequerê (cabaça)

 


Roupas das Tobossis (Princesas meninas do Daomé) e bengalas dos Voduns e Nagô Gentil

 

CD Orixás 06 por você.

E o Boi dos Encantados; aqui o Estrela do Oriente, que você já ouviu mugir aqui neste bloguinho.

 

CD Orixás 08 por você.

 

EXPOSIÇÃO DE LIVROS AFRO-RELIGIOSOS

CD Orixás 32 por você.

 

Havia ainda uma exposição/stand de obras da Pallas Editora, que tem um projeto desde 1980 de publicar livros privilegiando temas ligados às nossas origens étnicas e culturais, inclusive com linha infanto-juvenil, escritos por estudiosos e autoridades religiosas afrodescendentes.

APRESENTAÇÃO DE CAPOEIRA: LEGIÃO BRASILEIRA

CD Orixás 15 por você.

 

E quando entrou Mestre Cristiano e a moçada da Legião Brasileira o terreiro foi preenchido de toda a musicalidade, movimentos e dança da capoeira. Sentindo o axé, o Mestre passou a envolver todos os presentes e aquilo que seria uma demonstração passou a ser um ritual coletivo.

CD Orixás 18 por você.

 

É no embalo do meu berimbau

É no embalo do meu berimbau

Eu quero ver você bailar

No meu berimbau

E todo mundo é do embalo

Do meu berimbau

CD Orixás 19 por você.

 

Essa menina é danada

Do meu berimbau

Eu quero ver você tocar

No meu berimbau

É no embalo do meu berimbau

É no embalo do meu berimbau

CD Orixás 16 por você.

 

Foi então a hora de mostrar as habilidades com o cacetinho, em uma das mais vigorosas modalidades da capoeira: o Maculelê, que Mestre Cristiano, inicialmente explicou não se confundir com a popular Dança do Cacetinho, e falou de sua origem com o Mestre Popó, na Rua da Linha, há tantos passados lá em Salvador.

CD Orixás 21 por você.

 

Certo dia na cabana um guerreiro

Certo dia na cabana um guerreiro

Foi atacado por uma tribo pra valer

Pegou dois paus, saiu de salto mortal

E gritou pula menino, que eu sou Maculelê

CD Orixás 22 por você.

 

Então um pandeiro pulou pra roda, e não somente as garotas da Legião Brasileira caíram no samba, muitas das que estavam na platéia foram convidadas e não titubearam.

CD Orixás 24 por você.

 

Mulher bonita

Do cabelo enrolado

Da boca pequena

O nariz afilado

CD Orixás 25 por você.
Aqui, Flor, representando a Fucabeam.

 

CD Orixás 26 por você.

 

Homem para ser livre

Domina sua mente

E jamais será escravo

 

CD Orixás 17 por você.

DOCUMENTÁRIO SOBRE JORGE BABALAÔ

Na sequência, foi feita a reprodução de um documentário sobre o Babalaô Jorge da Fé em Deus (São Luís do Maranhão), pai de santo de Mãe Emília e um dos mais conhecidos e importantes babalorixás do Tabor-de-Mina do Brasil.

CD Orixás 27 por você.

 

Falecido em 2003, Pai Jorge era respeitado não apenas pelos conhecimentos das religiões afro, mas também pelo engajamento na luta pela preservação de todos os cultos afro no Maranhão, e assim, por suas atitudes, contribuiu, e contribui, com a resistência das religiões de matrizes africanas em todo o Brasil.

CD Orixás 31 por você.

 

BALÉ AFRO “MUTALEMBÊ”

CD Orixás 28 por você.

 

Eis que vieram as garotas do Balé Afro “Mutalembê”, formado em 2005 a partir dos movimentos da negritude em Manaus, com o objetivo de difundir através da dança a beleza, conhecimentos e posições da cultura afro para a comunidade de Manaus. Nesse evento, fizeram alguns números com músicas do cancioneiro popular ligadas à cultura e à religião de matrizes africanas, como a maravilhosa composição de Paulo César Pinheiro e João Nogueira, Guerreira, conhecida na voz da guerreira Clara Nunes.

CD Orixás 29 por você.

 

Se vocês querem saber quem eu sou

Eu sou a tal mineira

Filha de Angola, de Ketu e Nagô

Não sou de brincadeira

Canto pelos sete cantos

Não temo quebrantos

Porque eu sou guerreira

Dentro do samba eu nasci,

Me criei, me converti

E ninguém vai tombar a minha bandeira.

CD Orixás 30 por você.

 

Com certeza esse evento foi fundamental para aproximações democráticas dentro dos diversos cultos afro e manifestações afro em Manaus. Uma verdadeira confraternização de todos aqueles que comungam a possibilidade de um mundo sem intolerância, onde todos possam compartilhar sua beleza cultural de forma plena e livre. Axé!

CD Orixás 33 por você.
 
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Terça-feira, Junho 23, 2009

 
 
 
 

FOGUEIRA DE DONA MARIANA PARA SANTO ANTÔNIO NO TERREIRO DE MÃE VALKÍRIA

Rei da Turquia

Já içou sua bandeira

Venha ver como é bonita

A Mariana na trincheira”

Fogueira de Dona Mariana 01 por você.

 

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Essa festa, com sua ritualidade singular, ocorreu no dia 12 de junho passado lá no João Paulo II, no terreiro da sempre alegre e cativante Mãe Valkíria, que sempre recebe todos os filhos e convidados com muita amizade e carinho. E foi Pai Geovano quem começou a puxar os pontos, que logo tomaram conta da sala, com a participação de todos no canto, na dança e na palma da mão.

Fogueira de Dona Mariana 03 por você.

 

Fogueira de Dona Mariana 05 por você.

 

Lá de trás daquele morro

Tem sete espadas guerreiras

Uma é de Santa Bárbara

Outra é de Babá Soeira”


Eu vou passear

Meu pai me chamou pra passarinhar

Passarinhar, passarinhar eu vou

Passarinhar, passarinhar eu vou”

Fogueira de Dona Mariana 02 por você.

 

Enquanto o tambor soava ritmado e enlevo, com tamanha devoção, logo vários cabocos começaram a baixar e receber dos convidados o reconhecimento e distribuir suas bênçãos. Enquanto isso, pegamos com Mãe Valkíria o significado dessa festa:

Essa festa de Santo Antônio é uma festa que eu faço todos os anos, há sete anos. É por um milagre que se deu a uma sobrinha minha, que teve uma grande necessidade. E foi uma festa que ela se comprometeu de fazer para a caboca Mariana, que foi uma caboca que ajudou a ela sair de uma situação difícil. É uma festa em que Dona Mariana fica muito satisfeita. É uma festa que ela consagra pros clientes, pros visitantes e pros cabocos que vêm, que ela ama os irmãos dela. Ela abre com o tambor, faz a festa dela lá na frente e toca fogo na fogueira dela. Pra mim é uma satisfação ter essa caboca, é uma caboca que eu amo de coração. Ela é uma caboca parteira, curandeira, ela protege muito as crianças. Ela é tudo pra mim. Então, eu agradeço a todos que estão homenageando a ela e a Santo Antônio, que é protetor dos namorados e é protetor dos exus. Mas a Dona Mariana cativa pra ela, mas se os exus aparecem na festa dela são bem recebidos, assim como todos.

Fogueira de Dona Mariana 08 por você.

 

Quando a lua nasceu

A mata clareou

Ela não é daqui, meu irmão

É lá do interior”


Dona Braba


Seu Sibamba e Seu Zé Raimundo

Fogueira de Dona Mariana 17 por você.

 

E logo chegou Dona Mariana, como sempre engraçada e falante, aconselhando alguns, brincando com todos que ali estavam, compartilhando essa festa com os filhos e as outras entidades presentes. E ela própria deu as boas vindas aos presentes.

Fogueira de Dona Mariana 11 por você.

 

Isso é uma brincadeira que fizeram pra mim, e eu agradeço aos filhos de santo que ajudaram, que estão sempre dando uma ajuda pra mãe de santo, e a a todos aqui. Então, todos se sintam à vontade, eu agradeço a todos. Pra mim é uma festa, mais um motivo pra mim tomar umas espumosas. Depois nós vamos parar um pouquinho nosso tamborzinho porque eu quero acender minha fogueira, que é pro povo ver como é que eu acendo minha fogueira.”

Mariana, Mariana,

Teus cabelos é fio de ouro

E a barra da tua saia

É feita de prata e ouro”

Em seguida passou-se à distribuição da deliciosa, santificada e medicinal jurema. Pai Geovano e a Caboca Braba se encarregaram de comandar o canto e a distribuição.

Fogueira de Dona Mariana 12 por você.

 

Eu vou beber minha jurema

Dê no que der

Se a jurema for boa

Dê no que der

Aqui mesmo eu bebo

Aqui mesmo eu caio”

Fogueira de Dona Mariana 13 por você.

 


E quem apareceu também bem na hora da jurema foi o baiador caboco Olho d’Água, com seu trote pungente e sua voz estridente.


Gostou do índio

Porque não vem ver

Ele é caboco que só veste pena

Venha ver as forças

Que vem da jurema”

Fogueira de Dona Mariana 18 por você.

 

Dona Mariana, então, pediu pra fazer uma pausa no tambor, e foi lá pra rua acender sua fogueira. E olha como ela abana o fogo. Todos se deliciaram com as brincadeiras de Dona Mariana e Seu Sibamba. E na presença de todos que estavam ali ou que passavam e paravam pra ver, e na frente da fogueira, a bela turca fez um pacto com seu Zé Raimundo.

Fogueira de Dona Mariana 21 por você.

 

Na porta da minha casa

Tem uma roseira

Toda enfeitada de flor

Passarinho, me diga

Onde mora o beija-flor”

Fogueira de Dona Mariana 23 por você.

 

Dona Mariana passou fogueira hoje com seu Zé Raimundo, que é um compromisso que ela faz com os cabocos pra todos os anos eles estarem presentes na festa dela, há cada ano ela passa com um caboco. Ela também faz casamentos, como ela fez hoje o casamento da Val com a Lúcia, que são lésbicas. Não tem preconceito. Ela faz casamento de travestis. Se o pastor, o padre não quer casar, pode vir casar aqui que ela casa. Em Cosme e Damião ela faz batizado de crianças (em primeiro lugar aqui na minha casa são as crianças, porque ela é parteira). Seu Sibamba foi o padrinho de casamento delas. Elas já tem vinte anos que vivem juntas, vivem muito bem, são minhas clientes há muitos anos. Que Deus abençoe elas, que dê muitos e muitos anos pra elas juntas.

Fogueira de Dona Mariana 22 por você.

 

O PRIMEIRO CASAMENTO HOMOSSEXUAL DO BRASIL

Ao final, tivemos uma conversa com Lúcia e Val, que nos falaram da realização no Brasil desse que foi o primeiro casamento homossexual que ouvimos falar, demonstrando que realmente as religiões afro têm uma abertura democrática natural que só chegará às outras devido à pressão da multidão livre e atuante. Dona Mariana, como disse Mãe Valkíria, está aí pra ajudar na união, na felicidade das pessoas, independente do sexo.

Fogueira de Dona Mariana 24 por você.

 

Ao perguntarmos pra elas sob qual o significado na existência delas daquele ritual de casamento, Val começou:

A gente vive juntas há 18 anos. Ela vivia dizendo pra mim: “Um dia a gente vai casar”. A gente não casou ainda porque no Brasil ainda não foi regulamentada a lei que permita a casais de mulheres ou de homens casarem-se. Mas no dia que regulamentar a gente vai casar. 18 anos já é uma vida. Pela Umbanda, já era pra ter falado há muito tempo, a gente sempre conversava com a Dona Mariana, e acabava não casando. Eu vivo na Umbanda desde pequena; todos esses cabocos que estavam aqui a gente já conhece de outros carnavais. Até que hoje, de repente, a gente falou com ela [Dona Mariana] e resolvemos casar rapidinho.

Fogueira de Dona Mariana 27 por você.

 

Lúcia continuou, trazendo detalhes de suas vidas de antes e depois de estarem juntas, que demonstram uma questão muito importante para o mundo gay, que é o fato de não sofrerem preconceitos. Elas sabem que existe, mas da forma como elas se colocam íntegras no mundo, ele não as atinge, porque constroem relações afetivas livres, com pessoas livres.

A gente vive uma vida legal. Já teve muitos altos e baixos, claro, mas a gente conseguiu vencer todas as barreiras e estamos aí. Eu digo que nós somos felizes, a gente já conseguiu juntas realizar vários sonhos. Nós temos filhos. Ela tem uma filha casada. Eu também tenho uma filha, que é casada, e um filho que tá noivo, e a minha nora me recebe muito bem. A minha filha já tem filho, eu já sou avó. As nossas filhas são evangélicas, nós nunca tivemos problema nenhum desde quando eles eram pequenos. Nem com a nossa família também, nossos amigos, todos frequentam a nossa casa, todo mundo nos respeita. A gente é bem querida. Minha família, minhas irmãs, sobrinhas, quase todos são evangélicos; quase não temos amigos gays, nossos amigos, quase todos são casais de homem e mulher, e os filhos deles frequentam a nossa casa, nós vamos na casa deles.

Fogueira de Dona Mariana 25 por você.

 

Seguindo o relato, ao perguntarmos que se os políticos não aprovam a lei de união civil para homossexuais é por preconceito da classe política, Val arrematou:

Acho que é, porque no meu trabalho eu nunca sofri discriminação, até hoje a gente viaja, tudo, vai pra fora, e pra onde a gente vai a gente é bem recebido. Nós fomos felizes até hoje, e vamos continuar sendo felizes…

Vendo a alegria com que Lúcia e Val falam do amor que vivem, aquilo que Dona Mariana celebrou e que os cabocos e todos os filhos e convidados viram, pela importância política de um casamento homossexual, mas principalmente por ter percebido — além do que tantos casamento civis oficializados uma relação de amizade e ternura, uma verdadeira relação homoafetiva, é que esse bloguinho deseja a Lúcia e Val: Feliz casamento!

Fogueira de Dona Mariana 26 por você.

 

Eu avistei um morro

Lá no meio do mar

Eu avistei, senhor meu pai

A minha bandeira real”

 
Publicado por AFIN em 10:06:09 | Link | Comentários (1) »

Terça-feira, Março 31, 2009

 
 
 
 

SEU ZÉ MALANDRO NO TERREIRO DE PAI JOEL DE OGUM


 

Zé Malandro 01 por você.

 

 

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Mais uma vez o terreiro de Pai Joel de Ogum estava arrumado para mais um dia de festa e rituais da Umbanda praticada com devoção e alegria. E então a roda se fez e Mãe Maria, que é mãe de santo de Pai Joel, e Pai João, que é pai de santo de Mãe Maria, puxaram as rezas…

Zé Malandro 02 por você.

 

 


Zé Malandro 05 por você.

 

 

Zé Malandro 06 por você.

 

 

Logo Seu Zé Pelintra baixou em Mãe Maria e Seu Sibamba em Pai João, e tudo estava preparado para o primeiro ritual a ser realizado nessa noite: o casamento de Pai Joel e Dona Joana na Umbanda. A noiva já estava pronta, e o ritual do casamento prosseguiu.

Zé Malandro 07 por você.

 

 

Zé Malandro 09 por você.

 

 

Zé Malandro 08 por você.

 

 

Deixamos aqui a fala emocionada de Dona Joana, por estar realizando agora em sua religião, sob as bênçãos da Umbanda, o casamento com Pai Joel.

Eu agradeço a Deus e ao Seu Zé Malandro. Este é um dia em que me sinto muito vitoriosa, e por isso agradeço a eles e a todos os meus irmãos de santo, todos os filhos do terreiro de Mãe Maria, e também a todos os convidados. (Dona Joana, esposa de Pai Joel)

Zé Malandro 13 por você.

 

 


Zé Malandro 11 por você.

 

 

 

 

Zé Malandro 12 por você.

 

 

A noiva ainda jogou o buquê, e olha o sorriso de quem aparou, a bela morena Cíntia, filha carnal de Mãe Maria, que atenção rapaziada solteira, adeptos e simpatizantes dos cultos afro! , perguntada se já tinha noivo, revelou-nos que, ao contrário, estava sozinha. Pretendentes é o que não deve faltar.

Zé Malandro 16 por você.

 

 

E os abatazeiros, conduzidos por Seu Gilson, acertaram o vigoroso ritmo dos pontos batidos e cantados com devoção, e logo baixou Seu Zé Malandro e mais várias outras entidades.

Zé Malandro 17 por você.

 

 

Zé Malandro 15 por você.

 

 

E é pelas palavras de Seu Gilson, presidente do terreiro de Mãe Maria e também neste de Pai Joel que se percebe toda a energia que tomou conta daquele espaço e de todos ali presentes.

Eu agradeço pela força, pela luz, os dias que me trazem com muita força, com muita luz. Seu Jacaúna, que é o Pai da casa de Dona Maria, que é meu pai de santo; eu digo que é meu pai de santo, porque é pai da cabeça de Dona Maria, que é um caboco muito forte, muito formoso, que nos traz muita força e muita luz. Eu agradeço a todos os médiuns da casa de Dona Maria, que me tem respeitado, que me tem um carinho muito grande. Eu vou conduzir essa firmação, e para todos, o que eu posso fazer, eu vou fazer pra todos. A todos vocês, muito agradecido!


Também outros babalorixás presentes foram ao salão compartilhar suas bênçãos e seus pontos com a casa e honra a todos os presentes.

Zé Malandro 23 por você.

 

Pai Geovano de Ajagunnon

Zé Malandro 25 por você.

 

Pai Francisco (à direita) e Pai Alberto (ao centro)



Na harmonia que tomou conta de todos na festa, Seu Cardoso, o filho mais velho de Pai Joel, com seu vozeirão, fez um retrospecto sobre a trajetória de Pai Joel e seu caminho e amadurecimento na religião, que trazemos aqui entremeado com imagens dessa maravilhosa festa.

Não sei se estou em condições emocionais, mas quero falar algumas coisas a respeito do homem e do pai de santo também. Este rapaz veio da cidade do Rio de Janeiro aqui para a nossa cidade de Manaus. Chegou aqui, fixou residência. Há uns sete anos atrás, eu tive a satisfação de conhecer este rapaz, e meu pai me deu como um filho, fora do centro, porque aqui no centro ele é meu pai. E eu o recebi com muita alegria, e com muita emoção também. Lutou pra chegar onde está. É um rapaz muito batalhador, é um amigo, é um pai e um irmão, é um filho que Deus me deu depois de grande.


Zé Malandro 36 por você.

 

Trouxe na bagagem uma entidade muito boa, muito prestativa, muito amigo, chamava-se José dos Anjos da Silva. Nascido em 19 de março de 1843, desembarcou no Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Hoje se encontra nesta nossa cidade de Manaus, nesse nosso maravilhoso barracão, ajudando a todos que o procuram, sem olhar a quem, tanto o homem Pai Joel quanto o Senhor Zé Malandro. Nós, os filhos da casa, estamos aqui à disposição de qualquer um cidadão ou cidadã que precise da nossa ajuda. Quero na presente data desejar sucesso, saúde, paz, muita força espiritual. Que o Senhor Deus nos dê força e luz, e para todos aqueles que nos procuram. Pai Joel, muito obrigado!

Zé Malandro 33 por você.

 

Zé Malandro 34 por você.

 

Zé Malandro 38 por você.

 

 

Zé Malandro 31 por você.

 
Publicado por AFIN em 08:46:41 | Link | Comentários (7)

Quarta-feira, Março 18, 2009

 
 
 
 

PAI JOEL DE OGUM CONVIDA


 

ze-malandro-convite

FESTA DE SEU ZÉ MALANDRO

No próximo sábado, Seu Zé Malandro completa 18 anos na cabeça de Pai Joel de Ogum, por isso ele convida babalorixás, filhos de santo, adeptos das religiões afro ou simpatizantes, enfim, a comunidade em geral para participar dessa maravilhosa festa.

Endereço: Rua São Marçal, nº 619 Cidade de Deus (Manaus-AM)

(Por trás da Pousada Laser)

Data: dia 21/03 (próximo sábado), às 20h

Telefones: (92)9155-3632 // 8146-8237

 
Publicado por AFIN em 08:14:21 | Link | Sem Comentários »

Terça-feira, Março 10, 2009

 
 
 
 

MPF/SP ENTRA COM REPRESENTAÇÃO CONTRA RECORD E GAZETA POR PRECONCEITO A RELIGIÕES AFRO

Como já foi dito aqui neste bloguinho pelo sapiente Pai Gilmar, as igrejas apocalípticas, que não alcançam o evangelho como “boa e nova notícia”, apresentam duas enunciações contraditórias entre si, ao mesmo tempo levando elementos próprios das religiões afro para sua prática (sal grosso, sessão descarrego, rosas, entre outros), principalmente as que usam espetaculares técnicas de tirar “espíritos malignos” até aí tudo bem para todos os pais e filhos de santo, todos são sempre muito abertos e solidários às outras religiões , mas, por outro lado, demonizando todas as entidades da Umbanda, Candomblé, Mina Nagô, Jeju, Umolocô, todas as religiões de matriz africana.

Na sua fantasia mirabolante, a maioria dos disangélicos provavelmente sequer sabia que existem tantas religiões afro, que elas são quase todas milenares, algumas muito mais antigas do que o Cristianismo paulino (não o de Cristo, o filho de Maria, que não carrega preconceitos e violentações), a maioria não sabe a mínima diferença entre Umbanda e Kimbanda, quase todos acreditam que Exu é o Diabo, que tudo é coisa do Diabo — não só os afro-religiosos, mas também os homossexuais, os ateus, as mulheres, não percebendo os incautos que ambos são religiões completamente distintas em sua origem. Os disangélicos não sabem que o próprio Satanás pertencia a uma seita que nada tinha a ver com a ainda seita cristã. E por aí vão desfiando o preconceito e a paranóia totalitários.

Quando as igrejas perceberam que a imagem não podia ficar somente na do Cristo pregado eternamente na cruz, muitos pastores, bispos despontaram na tonitruante tela total da televisão, e muitos passaram a utilizá-la como um  meio, acintosamente, para embrutecer ainda mais o preconceito a outras religiões, como ao próprio Catolicismo e principalmente às diversas religiões afro, denominadas, pejorativamente, de “macumba”. Enquanto a Constituição diz que o Brasil é um país laico, defendendo a pluralidade cultural e liberdade de credo.

Entre outras emissoras de Tv, a Record e a Gazeta, desde seus surgimentos, vêm desfiando esses preconceitos. Por isso, no ano passado, o Ministério das Comunicações aplicou às duas uma multa de R$ 1.012,32.

No entanto, como as discriminações continuaram, o Ministério Público Federal em São Paulo deu entrada na quinta-feira passada (5) numa ação civil pública, com o pedido de uma liminar, “para que as emissoras de televisão Record e Gazeta não exibam mais programas que ofendam às religiões de matriz africana”. A multa pedida, caso as emissoras descumpram a medida, é de R$ 10 mil diários.

Ao final da ação, o MPF pede que a Record e a Gazeta sejam condenadas a pagar, respectivamente, indenização por danos morais coletivos de 13,6 milhões de reais e R$ 2.424.300,00, correspondente a 1% do faturamento das emissoras, a ser revertido para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.”

Na ação,a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Adriana da Silva Fernandes, autora da ação, destacou que a liberdade de comunicação deve andar em consonância com os direitos dos cidadãos, ficando, inclusive, as emissoras em questão responsabilizadas mesmo no caso de as produtoras serem independentes.

“O abuso praticado pelas rés contraria a dignidade da pessoa humana,(…) bem como os próprios objetivos de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, com a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Xangô, o orixá da Justiça, com seu machado de aço, com certeza movimentará os raios e trovões para que seus filhos possam cultuá-lo com livre devoção, e que, com a diminuição da estupidez dos preconceitos, outras pessoas, inclusive os cristãos, possam apreciar toda a musicalidade de uma reza batida no Tambor de Mina, o vigor dos movimentos do Candomblé, a energia positiva na alegria de estar num terreiro de Umbanda…

Veja aqui a íntegra da ACP nº 2009.61.00.005800-6, distribuída à 9ª Vara Federal.

 
Publicado por AFIN em 08:36:56 | Link | Sem Comentários »

Quinta-feira, Fevereiro 19, 2009

 
 
 
 

CONVITE: GIRA DE EXU NO CEMITÉRIO PARQUE TARUMÃ PELO CARNAVAL

O objetivo é agradar Exu para que você se divirta, brinque em paz o carnaval, com a proteção de Exu.”

Quem convida é Mãe Neura, a todos que querem se divertir, brincar o carnaval com alegria, em paz, com harmonia, protegidos por todas as entidades afro-religiosas, será maravilhoso participar da Gira de Exu no cemitério Parque Tarumã (Manaus-Am).

Onde? No cruzeiro do cemitério Parque Tarumã

Quando? Próximo sábado (21)…. Horário: 9h da manhã

A todos os crentes nas religiões afro, simpatizantes, curiosos, lá nos encontraremos para participar, presenciar toda a beleza e o vigor das entidades que vem ao som do tambor receber suas oferendas e distribuir suas poderosas bênçãos no cruzeiro do cemitério…

Exu, que tem duas cabeças

Ele olha sua banda com fé

Uma, Satanás do inferno

A outra é de Jesus Nazaré

 
Publicado por AFIN em 18:24:39 | Link | Comentários (1) »

Segunda-feira, Janeiro 5, 2009

 
 
 
 

PAI JOEL E SEUS CONHECIMENTOS SOBRE A UMBANDA E TODO O AXÉ DE SEU ZÉ MALANDRO

Pai Joel e suas entidades por você.

 

Oi, leva fé, leva fé nesse homem

Que esse homem é de ajudar

Você pode gritar por seu nome

Toda vez que precisar

.

Oi, salve a sua batucada

Sob a luz da lua

Numa linda madrugada

Nas esquinas, pelas ruas

.

E no seu samba tem muita cerveja

E muita mulher

Mas também tem caridade

Que ele presta a quem quiser

.

Pois é. É, pois é

Bate palma no samba do seu Zé

Canta forte minha gente

Que esse samba é de fé

.

Se no seu caminhar, se no seu caminhar

Encontrar algum perigo

Chama seu Zé, que ele passa contigo

Ele tem muita força, ele tem muito axé

.

Ele vem na Umbanda,

Gingando, cantando, sambando no pé

Todo de branco, vem malandreando

Só ajudando a quem tem fé

.

Saravá, seu Zé. Ê, saravá seu Zé

Seu Zé. Ê, saravá seu Zé

Saravá seu Zé Malandro

Salve a força da fé

 

SOBRE OS 100 ANOS DE UMBANDA

A Umbanda começou em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, justamente a cidade onde eu fui criado. O caboco Sete Espadas foi o primeiro caboco da Umbanda. Começou, e apareceram outros cabocos, como o caboco Araribóia, que foi o grande fundador de Niterói. Alguns pensam que no Rio não tem índio, mas no Rio tem índios também; as ruas de Niterói são ruas indígenas, as praias, como a Praia das Flexas, a Praia do Ingá, Praia de Itacoatiara, Praia de Itaipu. Araribóia brigava com a tribo dos Tamoios, que era onde é São Gonçalo. Araribóia é um caboco brasileiro. Você chega na Av. Amaral Peixoto, tá lá o Araribóia, de frente pras barcas. A Umbanda é uma coisa muito bonita, muito formosa, é uma coisa humilde, simples, onde prevalecerá sempre a caridade. A Umbanda traz muitas coisas boas.

Eu saí no Candomblé, quando eu cheguei aqui em Manaus, eu passei pra Umbanda, até porque é muito difícil de cultuar aqui o Candomblé, Jêju, Nagô, e por isso eu optei pela Umbanda. Aqui é terra da pajelança, de caboco, de Oxóssi, e da água doce, que é Oxum, que no chamado sincretismo, é Nossa Senhora da Conceição, e Oxóssi é São Sebastião, que, inclusive é o padroeiro do Rio de Janeiro. E daí a Umbanda teve uma difusão muito grande, se espalhou pelo Brasil todo. Umbanda é, como meu velho fala, humildade, caridade e simplicidade. Se uma pessoa bate na sua porta, você tem por obrigação de ajudar ela; prioridade para os doentes, pessoas que estão desempregadas, coisas de amor é luxo. A Umbanda completou 100 anos, é muito bonito. Tá pra dar um grande passo aqui em Manaus também, se todos trabalharmos juntos. Como a Mãe Emília, na Fucabeam, um trabalho muito formoso que ela vem fazendo, se preocupando com os barracões; ela vem pra ajudar.

NA FANGE DOS MALANDROS, SEU ZÉ MALANDRO

Zé Pelintra teve uma história bonita. Não que a história de Seu Zé Malandro não seja bonita, mas a história de Seu Zé Pelintra é muito mais bonita, tem o Zé Pelintra da Lapa, o Zé Pelintra do Morro, assim como tem o Zé Malandro da Lapa, o Zé Malandro do Morro, Zé Malandro da Maloca. Eu recebo Seu Zé Malandro, é o meu paizão. A falange dependeu do Zé Pelintra. Se eles têm um nome, a falange, eles devem ao Zé Pelintra, que realmente existiu; alguns dizem que ele morreu de navalha, outros dizem que foi fuzilado na porta de um cabaré. Zé Pelintra é um mestre, ele fez muitas coisas boas, ele não era só malandro. As pessoas tem que passar a conhecer melhor a falange do Zé Pelintra, eles reinaram no pé do morro, na Lapa, em Santa Tereza, como diz aquele ponto:

O morro de Santa Tereza está de luto

Porque Zé Pelintra morreu…

Então, os malandros reinaram em cada local, por exemplo, a praça Mauá:

Quando venho descendo o morro

Falei pra queza que eu vou trabalhar

Eu boto meu baralho no bolso

Castiçal no pescoço

E vou pra Barão de Mauá…

Fica um porto de frente para a Barão de Mauá. No caso, quando eles vieram de Pernambuco, fugidos, onde eles ficaram? Na Barão de Mauá, praça Mauá. Então, tem um fundamento ali. Cada ponto tem de identificar o fundamento desse mestre, porque ele foi criado naquele ciclo ali. Por exemplo, se ele passou pra linha de caboco:

Lá no pé da juremeira

Zé Malandro assentado

Fazendo seu catimbó

Dando conta do recado

Ele foi um catimbozeiro também, ele foi um feiticeiro. Esse ponto:

Lá na Aruanda tem um mestre na jurema

E na Umbanda Zé Malandro é morador

Se é doutor, se é feiticeiro,

Tenha certeza, Zé Malandro é curador.

Ele pode vir também na linha de preto velho. Em caso de necessidade, a falange pode arriar na linha de preto velho, em caso de necessidade. É por isso que ele vem. Ele vem na linha de exu, só que ele não é exu, mas ele vem. Ele é mestre, ele pode entrar em quatro linhas, como eu expliquei pra você no anterior, em cada linha ele age de um jeito. Na linha de caboco pode beber a cerveja branca, mas na linha de caboco ele bebe mais é vinho, ou como diz a língua de dele, “é o sangue de Cristo”. Então, no caso, na linha de preto velho ele vem fumar o cachimbo; não que na linha de caboco ele não possa fumar o cachimbo, ele pode, mas na linha de preto velho não pode faltar. Ele, como um mestre, já é doutrinado. A falange de malandro respeita muito os pretos velhos, os preto velho tem uma doutrina maior, uma rede. No caso, eles tem muito respeito pelos pretos velhos, com o povo da rua. Como diz o seu Zé Malandro, passando pra linha esquerda:

Tranca Rua e Zé Malandro são dois velhos companheiros

Traca Rua na encruza e Zé Malandro no terreiro.

Cada linha, ele tem que cantar um ponto daquela linha que ele tá. Eu vou contar um, no caso, na linha de exu:

Olha ele aí, olha ele aí, olha ele aí, olha ele aí

Oi, teve uma blitz no morro, a polícia vem aí

Oi, teve uma blitz no morro, a polícia vem aí

Malandro que é malandro se escondeu lá na Figueira.

O que é a figueira? A figueira era lá onde eles faziam os rituais. A figueira era onde eram feitas as gamelas nas quais se faziam as obrigações, embaixo daquela figueira eles faziam rituais de exus. Então, no caso, a figueira tem um significado na linha de exu. Esse ponto da linha de exu ele encontra com a linha de caboco, ele tá numa linha e tem que contar o ponto daquela linha: se ele tá na mata, ele tem de cantar da mata; se ele tá na linha de preto velho, tem que cantar na linha. A falange é assim; não são exus como muitos acham, não, eles são mestres. Tem um ponto assim:

Saravá, saravá, todo filho de umbanda

Pra salvar sua banda, Zé Malandro chegou

Ele vem de Aruanda, ele é mestre nagô

Saravá, minha gente, Zé Malandro chegou.

Assim como Zé Malandro, Zé Pelintra, Zé Pretinho, Zé Brilhantina, Buscapé (que é o mais novo da falange), Francisco Pelintra, no caso eles formam uma falange. Os outros pegaram fama devido ao Zé Pelintra; tem uma prece do Zé Pelintra:

Salve seu Zé Pelintra, salve os malandros, salve a malandragem…

Palavra ditas pelo seu Zé:

Sete caminhos andei, cheguei

Sete perigos passei, passou

Sete demandas venci, conquistei

Sete vezes tentaram me derrubar, mas de pé fiquei.

 

O seu Zé Malandro fala assim, que ele é igual o bambu, ele enverga, mas não quebra, é gira, como ele fala. Tem umas estórias que eles falam, que o Zé Pelintra tava querendo alguma coisa com a Maria Bonita e o Zé Pelintra, o Zé Malandro, estavam querendo pegar o Lampião na covardia. Tem até um ponto que ele canta:

Mulher, mulher, não tenha medo do seu marido

Mulher, mulher, não tenha medo do seu marido

Se ele é bom na faca, eu no facão

Ele é bom na reza, eu na oração

Eu sou Zé Pelintra, ele é Lampião.

Eles sempre foram inimigos o Lampião com o Zé Pelintra, porque o Zé Pelintra queria ficar com a mulher do Lampião. E ele queria armar pra pegar o Lampião, que era muito perseguido. A história de Lampião é muito bonita. No final é que muito triste, mas ele ficou com a Maria Bonita. Ele morreu, mas ela não ficou pra ninguém, ficou com ele. foi um amor muito bonito esse do Lampião com a Maria Bonita, eles eram muito temidos. No caso a falange naquela época era muito bonita. A idade do seu Zé é de 1843 e a idade do Zé Pelintra é de 1852. José Gomes da Silva ou Zé Pelintra. A história é muito bonita, no sertão de Pernambuco, uma cidade muito sagrada porque foi dali que saiu a falange quase toda dos malandros, e se juntou com os outros malandros que já tinham no rio de janeiro também.

Seu Zé e Axé por você.

 

Alguns fregueses, alguma festa que eu vou, às vezes alguém fala: “Mas Zé Malandro?! Nunca vi Zé Malandro. Já vi Zé Pelintra.” Eu digo: “Não, Zé Malandro.” Falta eles procurarem se informar mais. Eu nunca tinha mostrado pra vocês esses pontos deles. As pessoas falam: “Esse ponto deve ser copiado.” Não, ele existe, como eu te mostrei. Eles tem que respeitar a entidade como se deve respeitar; a mim não importa se a pessoa cultua esse ou aquele; eu quero ver é que a pessoa tá cultuando o seu caboco, o seu preto velho, tá recebendo seus orixas. Isso é que importante dentro da Umbanda, do Candomblé, que você tá cultuando. Conselho que eu dou: Não desista! Nessa vida, ninguém vive só de vitória. Como diz a prece de Oxalá:

Que a paz de Oxalá renove nossas esperanças

Depois de erros e acertos, tristeza e alegrias,

Derrotas e vitórias, chegarei aos pés de Zambi maior

Êpa babá Oxalá!

 
Publicado por AFIN em 08:10:45 | Link | Comentários (5)

Sexta-feira, Janeiro 2, 2009

 
 
 
 

BARQUINHAS PRA IEMANJÁ DE DONA DORA E PAI GEOVANO

Oi, oi, me dê licença mamãe

Vou me deitar na areia

Me banhar no mar

Oi, oi, me dê licença papai

Vou me deitar na areia

Me banhar no mar

Barca Iemanjá 01 por você.

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Sempre ao final de todo ano, os babalorixás e as yalorixás de Manaus pegam seus filhos e vão para a Ponta Negra para colocar as barquinhas nas águas do Negro para saudar Iemanjá, agradecendo pelos desejos realizados e deitando novos pedidos para o novo ano que vai entrar. Todo ano lá vão Pai Geovano de Ajagunnon e Mãe Dora de Obaluaê para fazer suas obrigações nas águas.

Barca Iemanjá 02 por você.

 

Rolou, rolou, rolou

Rolou água para o mar

Menino varre o terreiro

Pra caboco trabalhar

Barca Iemanjá 07 por você.

 

E quem baixou na areia para organizar a oferenda foi o bem-humorado, bom conversador, festeiro, mestre no catimbó, o caboco curandeiro Sibamba, que veio pra puxar ponto, beber sua cachaça e trazer alegria para os filhos à beira da praia. Velho conhecido deste bloguinho, Sibamba nos deixou um pouco de seu conhecimento e seu axé:

Isso aí é coisa boa que todo o povo da humanidade devia fazer pra mãe das águas para sempre ter prosperidade como a abundância desse rio. Muito peixe, muita fartura, muita prosperidade, muita felicidade, muita harmonia, porque o povo precisa. O povo, esse ano que nós vamos entrar — nós, eu digo “nós” porque eu sou uma entidade e vou entrar junto também —, vai padecer um bocado. Sabe por quê? Por falta de criatividade, por falta de discernimento de pessoas, por falta de vergonha do povo que governa esta porra desta terra, um povo burro de uma terra próspera.

Barca Iemanjá 05 por você.

 

DA CRETINICE DOS “POLÍTICOS”

Os governantes dessa terra são um bando de cretino e ordinário. Neste ano tu vai ver: no primeiro vai ser bom, o segundo ano vai ser ruim, terceiro ano vai ser péssimo, o quarto ano vai ser pior ainda. Esse ano que vem é um ano e um mês de prosperidade pra alguns e infelicidade para outros. Muita gente vai correr atrás dos terreiros pra se limpar, pra ver o que é que está acontecendo na sua vida, não escapa, porque vai ser um ano pesado, porque o dono que vai reger é um homem que não obedece, faz, um homem que não pede, mostra que tem, que pode.


DAS REGÊNCIAS DO ANO DE 2009

Oxóssi e Ossane, meu filho já jogou, já viu. No meio do ano o Oxóssi vai passar para Ossane. Vai ser um ano muito bom pros bocholas, os bocholas vão se sobressair durante esse ano. Oxóssi é orixá da fartura, da prosperidade, da certeza, das coisas boas. Ossane é deus da liturgia, esse ano a medicina vai se sobressair como tudo. Vai ter muita realização, o povo vai tá feliz na medicina. Não vão conseguir a cura pra Aids, mas vão chegar pertinho, pertinho, que até dois mil e poucos instantes vai lá, vão conseguir sim. Mas esse ano vamos ter, seu cabra, muita novidade na medicina. Vamos ter muita fartura logo no começo e vamos ter muita revolta das águas…

Barca Iemanjá 11 por você.

 

De touro, de cavalo brabo se amansa

Eu não tenho medo

De touro, de cavalo brabo se amansa

Eu não tenho medo

Eu não tenho medo

De sair pra mata de manhã bem cedo


PELO RESPEITO À NATUREZA

Seu menino, o povo tem que ter consciência que fazer obrigação não é fazer sujeira, oferenda é oferenda e, não, sujeira. A natureza, se você agredir a natureza ela se revolta. Se Iemanjá é natureza você vai agredir ela, jogando um monte de desperdício que não lhe serve mais, só porque você já utilizou aquilo, você joga lá na beira das águas? Tá doido, macho. Por causa disso que tá essa calamidade mundial. Por causa disso, porque não tem conscientização Nem de macumbeiro, nem de santo, nem de ogã, nem de ekédi, nem de cambono, de cambona e nem das próprias entidades que dizem vim no couro dos outros. Se fosse mesmo, preservariam muito bem esse rio tão bonito, que caboco se encanta, que caboco é encantado, que caboco tanto usa. Eu sou desse rio, sou um caboco, sou dessas bandas de cá. Tem que preservar pelo teu reino. Se eu venho pelas matas tem que preservar as matas. E é onde esse ano vão bater bastante, esse ano vai ter muita queda de negócio da mata, muita queimada, muito esses negócios que vocês fazem que eu não sei falar, porque eu sou meio destrambelhado da língua, eu não conheço esse negócio.

Barca Iemanjá 13 por você.

Barca Iemanjá 14 por você.

 

 

Um conselho que eu dou sabe o que é? É de sentar, meditar, olhar e ver. O que eu faço amanhã, o que eu digo amanhã vão falar pra eu. O melhor seria que o povo dessa terra e de todas as terras é meditar e procurar viver sua vida não agredindo a própria natureza porque senão ela se revolta sobre as pessoas. O que tá acontecendo hoje em dia é a revolta da própria natureza, da própria entidade se revoltando contra quem ofendeu. Qualquer coisa, a minha casa tá lá, você sabe onde é, e o povo deve conhecer.

Barca Iemanjá 15 por você.

 

Princesa

Ela é rainha daqui

Ela é rainha daqui

Ela mora longe daqui

Ela mora longe daqui

Princesa

Cadê rainha daqui

Cadê rainha daqui

Ela mora longe daqui

Ela mora longe daqui

Barca Iemanjá 17 por você.

 
Publicado por AFIN em 06:58:30 | Link | Comentários (4)

Sábado, Dezembro 27, 2008

 
 
 
 

FELICITAÇÕES AFRO-RELIGIOSAS DE PAI JOEL DE OGUM

Pai Joel e suas entidades por você.

 

DOS BONS ENCONTROS AFRO-RELIGIOSOS

Eu agradeço de coração à Mãe Emília por tudo que ela me ajudou. Agradeço também ao Pai Francisco e, hoje, à Mãe Maria do Seu Jacaúna, porque a gente tem que conversar sempre com as pessoas mais velhas, principalmente de santo, a gente tem que trocar idéias com pessoas experientes. Eu estou com 35 anos, eu sou de uma geração nova. Mãe Emília me falou uma coisa: “Meu filho, eu quero que você faça sua história aqui dentro de Manaus.” Se as pessoas falam isso de você, que você tá cruzando as pernas, se você tá abraçando alguém, isso é a sua história. Eu converso muito com a Mãe Maria, que hoje é minha mãe de santo, cuida das minhas coisas, tá assentando minhas coisas, e eu agradeço a ela. O Pai Francisco, quando eu cheguei do Rio, ele me ajudou muito mesmo, eu queria agradecer de coração; é aquele caso, a gente tem um caminho, se Deus não permitiu que a gente caminhasse junto, viesse outra pessoa pra caminhar, mas ele fez muita coisa boa pra mim, e eu vi o trabalho que ele vem fazendo, até o ponto que eu estava com ele, foi muito bom, me ajudou muito. Eu fui ensinado de um jeito, aqui em Manaus as pessoas trabalham diferente, eu aprendi lá e estou aprendendo cada vez mais aqui. Nesse trabalho esse ano eu agradeço muito ao Seu Zé Malandro, ao meu Padrinho das Almas, ao meu Senhor Ogum por ter me ajudado nesse caminho de êxito, de sucesso, e principalmente a Deus de ter me dado essa oportunidade de tá aqui em Manaus, justamente com minha família, a família do Zé Malandro, juntamente com os clientes, meus filhos, que me ajudam muito aqui dentro do barracão.

DE COMO FRAGMENTAR A INTOLERÂNCIA

Vamos ser mais unidos aqui em Manaus a respeito da intolerância, inclusive aqui em Manaus teve estas palestras, eu participei de quase todas, eu sou testemunha do trabalho que a Mãe Emília vem fazendo, o Fopaam também, com esse trabalho bonito que o professor Gláucio vem fazendo, a gente tem que se unir, Federação—Barracão, Barracão—Federação. É aquela coisa, se alguém taca pedra, vamos pegando as pedras e botando num canto, que talvez sirvam pra alguma coisa. A Mãe Emília tá tentando fazer um levantamento de quantos barracões existem no estado do Amazonas, ela vai conseguir, e se depender de mim e das pessoas que estão comigo, ela vai conseguir levar o conhecimento da lei, porque muitos barracões não conhecem as leis de 1948, por exemplo, dos Direitos Humanos; então, no caso, a gente tem que se unir. Tudo depende dessa união. Na realidade ninguém é melhor do que ninguém, a gente só quer dizer que nós do Candomblé, da Umbanda não somos nenhum bicho, têm que respeitar a gente. Principalmente os chamados evangélicos — mas nem todos — não respeitam a nossa religião. Eu fico ferido por eles estarem sempre assim perseguindo; a mim, não, porque não dou confiança, e meus vizinhos não vem aqui no barracão, mas me têm como amigo, conversam, participam de churrasco, de aniversário.

NA COMUNHÃO DAS PESSOAS E DOS ORIXÁS

A gente vive também de vitórias. É necessário então ter o pé no chão. Quem tem sua banquinha, continue cultuando, não desista, porque às vezes a pessoa leva um tombo, e aí vai pra igreja, você não vai conseguir nada na igreja. Se você pensa que vai à igreja só pra prosperar, e o seu amor? Porque harmonia familiar tem de ter amor. Não deixe sua fé cair; a fé acima de tudo. Graças a Deus, esse ano foi muito bom pra mim, não tenho do que reclamar, foi ótimo, assim como pra mim, pra minha esposa também, senhor Ogum abriu caminhos pra todos, recebemos até coisas inesperadas. Pra mim foi uma alegria muito grande ter podido ajudar meus filhos. Temos sempre que dialogar, conversar, assim como eu converso com minha esposa também, com meus filhos biológicos. Esse ano foi muito bom, eles fizeram as obrigações deles, tudo direitinho, estão se dedicando, cada vez mais. Que 2009 seja um ano repleto de felicidade, muita alegria, muita paz, muito axé, em nome de meu pai Oxalá, em nome de senhor Ogum Beira-Mar, em nome de minha casa…

FELICITAÇÕES DE DONA JOANA

Esse ano de 2008 foi um ano maravilhoso. Tudo de bom aconteceu pra nossa família, nossa família de casa — eu, meu marido e nossos filhos — e a nossa família religiosa — que são os filhos de santo do meu marido. Eu espero que o ano de 2009 seja muito melhor. Eu só tenho mais é que agradecer a nosso Pai Oxalá e ao nosso pai de santo, Pai Joel, meu esposo.

FELICITAÇÕES DE D. ANITA, CAMBONA DA CASA

Eu só tenho a agradecer esse ano, que foi maravilhoso pra todos nós, eu só tenho a agradecer a Seu Zé Malandro, nosso Pai Oxalá, todos os orixás, que nos dê mais êxito, que dê a nosso pai muita paciência em nos ensinar, nos doutrinar, às vezes a gente erra alguma coisa, e ele tá ali sempre com paciência, ajudando, corrigindo. Só agradecer, e esperar que 2009 seja melhor ainda.

DAS PREVISÕES UMBANDÍSTICAS DE PAI JOEL

A Umbanda faz previsões no tarô e também no copo de vidência. Esse ano que passou foi de Ogum, foi um ano muito bom, a previsão que o Pai Geovano fez foi uma previsão muito certa. Esse ano que vem é um ano de muitas mudanças climáticas. A previsão desse ano é que Iansã vai progredir esse ano, ela que é a dona do tempo, e Xangô, que é o senhor da justiça. As previsões de 2009 é que seja Iansã e Xangô, porque o nove é odun 9, dentro do Candomblé é Ossá, que é Iansã. Então tem tudo pra ela mudar o tempo e trazer coisas boas para seus filhos, e para todos os médiuns, mesmo que não sejam filhos de Iansã, mas a gente se pega muito com Iansã, que Iansã muda muito as coisas…

 
Publicado por AFIN em 17:58:54 | Link | Sem Comentários »

Quinta-feira, Dezembro 25, 2008

 
 
 
 

FELICITAÇÕES AFRO-RELIGIOSAS DE PAI GEOVAŅO DE AJAGÙNNỌN


 

Pai Geovano e suas entidades por você.

Clique na imagem para ampliá-la.

 

Este ano pra mim, religiosamente, foi muito bom e, graças a Deus, está sendo bom porque cada vez mais eu creio na força da natureza, respeito. Então pra mim, quanto mais respeito à própria natureza, está sendo respeitado o próprio Orixá em si. Pra mim a religião é basicamente tudo, eu vivo pra religião, vivo na religião, vivo pra religião. Tenho meu sustento na base da religião. Então pra mim tá sendo ótimo e graças aos meus orixás e ao meu bom Deus, que rege o universo todo, que seja assim não só pra mim, mas pra todos os meus amigos, meus inimigos, meus filhos e meus parentes mais próximos e até mesmo pra quem não tem contato comigo. Então pra mim foi muito bom, está sendo bom.

Para o ano que vem, pedidos a gente tem que renovar sempre. O que nós já conseguimos nós devemos agradecer. O que nós pretendemos nós temos que perseverar, pedir mais e com mais força, que só assim a gente vai ser atendido. Eu costumo dizer uma coisa: se você tiver de gritar, grite alto pra que você possa ser ouvido e, não, baixo, num tom fraco, senão você vai passar batido.

Ah! pra todos os meus irmãos na religião eu desejo muita compreensão, muita humildade até mesmo pra que nós possamos seguir nossa religião com mais honestidade e com mais dignidade, sem muito interesse material e sim religioso, que é o que tá faltando muito: a humildade entre nossa religião. Que meus irmãos na religião analisem mais e procurem mais conhecimento, porque quanto mais conhecimentos tivermos melhor para todos nós…

Endereço: Rua Belforroxo, s/n — Jorge Teixeira IV (Manaus-AM)

Contato: (92)3682-5727 // 3638-7472 // 8111-5335



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"Você que fala da Umbanda
Não sabe o que a Umbanda é
A Umbanda é força divina
A Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
E de Caboclo de pé no chão
A Umbanda é de gente humilde
Pois a Umbanda é amor e perdão"
SALVE UMBANDA QUERIDA!